sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Considerei sempre Toulose-Lautrec como um amigo


e irmão porque previu as atitudes e imagens do cinema antes dos irmãos Lumière inventarem o cinematógrafo; talvez porque se sentisse continuamente atraído pelos deserdados e desafortunados, aqueles a quem as pessoas “respeitáveis” consideram depravados. É muito difícil saber ao certo quem nos influencia ao longo de nossa carreira. Entretanto sei, com certeza, que durante toda a minha vida me emocionaram os quadros, cartazes e litografias de Toulose-Lautrec. Este aristocrata detestava o Mundo da Beleza; estava convencido de que as flores mais puras e formosas crescem em terrenos baldios e em meio aos escombros. Amava os homens e as mulheres, as pessoas endurecidas, feridas, sem apelar para a repressão social. Não gostava das damas pintadas porque aborrecia-se com o artifício e a hipocrisia mais do que com qualquer outro vício. Era sensível e aberto, um homem magnífico apesar de feio. Por isso não morreu, continua vivendo no coração de todos nós através de seus quadros.

Toulouse-Lautrec, The Hangover(Suzanne Valadon) - 1887-88
Fellini
5 a seco - Deixe estar 

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