quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Simone de Beauvoir, uma das raras filósofas do nosso tempo,



foi teórica pioneira e distinguiu-se como jornalista. Como escritora, teve a aprovação tanto da crítica como do público, que devorou seus romances e suas Memórias. Um belo saldo. E apesar disso falta, nessa lista, um elemento primordial: sua vida. esta ou seu pensamento e escritos em ações. E nela reside, na minha opinião, o segredo da fascinação que exerce em nós, sua singularidade: esse movimento perpétuo de ir-e-vir essa concordância da palavra com a ação. Sua vida é sua obra.
Uma mulher que resolve não mais aceitar, mas tomar, desprezando todas as convenções, apesar de todas as resistências. Ela não se casou... e apesar disso viveu um grande e fiel amor. Não teve filhos e apesar disso grande parte da nova geração vê nela um modelo em setores de importância vital. Não procurou "se adaptar" e apesar disso não se encerrou numa torre de marfim, lançou-se nos campos de batalha, resistiu, política e intelectualmente, a todas as pressões, inclusive às das correntes de ideias na moda. Recusa-se a sentir-se amarrada e apesar disso tem raízes; está ancorada em sua cidade, nos seres e nas ideias que persegue, faz evoluir e progredir com uma lógica penetrante; sempre pronta a corrigir, a se radicalizar.



Alice Schwarzer - Simone de Beauvoir Hoje - ano 1983
Imagem Internet Google
Vídeo Björk - Crystalline (Jools Holland Live)

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