não posso. não posso pensar na cena que visualizei e que é real. o filho está de noite com dor de fome e diz para a mãe: estou com fome, mamãe. ela responde com doçura: dorme. ele diz: mas estou com fome. ela insiste: dura. ele diz: não posso, estou com fome. ela repete exasperada: durma. ele insiste. ela grita com dor: durma, seu chato! os dois ficam em silêncio no escuro, imóveis. será que ele está dormindo? - pensa ela toda acordada. e ele está amedrontado demais para se queixar. na noite negra os dois estão despertos. até que, de dor e cansaço, ambos cochilam, no ninho da resignação. e eu não aguento a resignação. ah, como devoro com fome e prazer a revolta.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
as crianças chatas
não posso. não posso pensar na cena que visualizei e que é real. o filho está de noite com dor de fome e diz para a mãe: estou com fome, mamãe. ela responde com doçura: dorme. ele diz: mas estou com fome. ela insiste: dura. ele diz: não posso, estou com fome. ela repete exasperada: durma. ele insiste. ela grita com dor: durma, seu chato! os dois ficam em silêncio no escuro, imóveis. será que ele está dormindo? - pensa ela toda acordada. e ele está amedrontado demais para se queixar. na noite negra os dois estão despertos. até que, de dor e cansaço, ambos cochilam, no ninho da resignação. e eu não aguento a resignação. ah, como devoro com fome e prazer a revolta.
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